quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Porque hoje é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência...

Entrevista a David Rodrigues
Professor universitário e presidente da Pró-inclusão - Associação Nacional de Docentes de Educação Especial



É um forte defensor da educação inclusiva. “Os estudos internacionais dizem que os bons sistemas de educação têm ao mesmo tempo excelência e equidade”, lembra David Rodrigues, presidente da Associação de Docentes de educação especial – Pró-Inclusão. Mas há entraves difíceis de superar, reconhece: “Muitas vezes desenvolvemos processos de inclusão que têm um grande voluntarismo, mas uma baixa sustentabilidade.”



E: Num artigo de opinião publicado num site de um jornal diário, lança uma questão à qual gostaria que respondesse: “A educação tem que ser mesmo inclusiva”?

DR: Pode haver uma educação que não o seja, mas a boa educação é inclusiva. Precisamos de criar nas escolas ambientes que sejam ecologicamente válidos, ou seja, em tudo semelhantes aos ambientes sociais em que a criança vai viver. Se eu criar nas escolas ilhas em que afaste delas os "maus" alunos, esse ambiente não vai ser ecologicamente válido. A inclusão é também uma oportunidade para todos os alunos poderem aprender uns com os outros. Não temos a ideia de que os bons alunos perdem tempo com os maus alunos. Mas que é possível criar ambientes nas escolas em que todos os alunos possam aprender com todos. 

E: É contra as turmas de excelência, ou seja, que se possam separar os bons, dos médios ou dos maus alunos?
DR: Em relação à personalização do ensino, a investigação diz-nos que para individualizar o ensino tem de se proporcionar aos alunos vários enquadramentos. Não posso educar sempre o aluno na turma onde foi sorteado para participar. Não posso educá-lo só numa turma de excelência ou de maus alunos. Não o posso educar sempre sozinho ou em grupo. Isto é, a própria personalização do ensino tem a ver com esta diversidade de ambientes que nós criamos. Por isso, se for uma situação exclusiva eu sou absolutamente contra as turmas de excelência. Mas pode haver um agrupamento de alunos, por onde eles passem episodicamente para resolver uma questão de currículo. 

E: Que políticas mais ameaçam a ideia de escola inclusiva?
DR: O que mais ameaça a escola inclusiva é o mito de que o ensino é melhor com turmas homogéneas. Recusa-se a inclusão porque aumenta a heterogeneidade dos alunos. Outro grande obstáculo é a ideia de que os alunos com dificuldades são um atraso de vida na escola, porque vão criar problemas, desmotivar e desfocar os outros da aprendizagem, etc. Não nego que isso se possa passar, mas é preciso tomar medidas para que não aconteça. Por exemplo, aumentando e melhorando os recursos da escola. A junção de alunos com e sem dificuldades não é em si própria boa, torna-se boa quando o professor é capaz de utilizar um conjunto de estratégias e de formas de organização de escola em que isso é viável. No entanto, a organização tradicional de escola pede turmas homogéneas e de excelência. Para desenvolver uma perspetiva inclusiva há que mudar a forma de interação, o modo como desenvolvo o currículo, as estratégias usadas. Só alterando tudo isso é que a diferença começa a ser interessante, no sistema tradicional é apenas mais um problema.



E: Está a haver algum abuso no sentido de direcionar os alunos para os currículos alternativos?
DR: Sem dúvida. Os currículos alternativos começaram por ser uma experiência pedagógica e acabaram por se alastrar imenso nas nossas escolas. Uma maneira de responder à diferença é criar currículos alternativos e vias paralelas para os alunos. Isto é, encontro vários grupos de alunos e conforme as suas capacidades faço um currículo especial, eventualmente turmas especiais, eventualmente escolas especiais para esses alunos. Outra maneira é manter uma via unificada para todos os alunos e aumentar os recursos. Se cortamos os recursos, a via que nos resta são os currículos alternativos. Portanto, não é de estranhar que eles estejam a crescer e que exista até uma certa recetividade.

E: O espetro das necessidades educativas especiais (NEE) é muito vasto, engloba as dificuldades de aprendizagem (cuja prevalência no sistema educativo rondará os 48%); problemas de comunicação (22%); deficiência mental (14%); problemas de comportamento (10%) e 6% dizem respeito às multideficiências, visual, auditiva, autismo, sobredotação… Englobar tudo no mesmo conceito não compromete a especificidade das respostas a dar a cada uma delas?
DR: Se compromete não devia. Quando falamos na perspetiva da educação inclusiva não quero subalternizar a importância de uma resposta adequada para todos os alunos. Sendo presidente de uma associação de professores, apelo muito aos meus colegas para se porem no papel dos pais e pensar: “Se eu tivesse um filho com essas condições, qual era a situação que eu reivindicaria para ele?” É essa situação que temos de tomar como referência. Sem dúvida que há um espetro muito grande de dificuldades. Mas é preciso ter um critério de exigência em relação à certeza de que a educação que proporcionamos a cada uma das crianças vai no sentido de atingir o seu nível máximo de proficiência. 
É preciso ter essa premissa até por uma questão muito simples: as escolas regulares têm de se tornar concorrenciais em relação às escolas especiais. Que é dizer não posso procurar convencer famílias a colocarem filhos numa escola regular se ela oferecer um conjunto de serviços que é incomensuravelmente inferior à de uma escola especial. Por isso, as escolas têm de providenciar estes serviços, mas sobretudo, a conceção de educação não pode ser pior por causa da diversidade, pelo contrário, tem de ser melhor. 

Retirado de www.educare.pt



Vídeo musical integrado no DVD "O Pequeno Trevo". Iniciativa de solidariedade com o objectivo de apoiar a APPC - Leiria. Produção: Canal 6 - Pluricanal | edição: Jorge De Silva | participação especial: João Portugal | realização: Paulo César Fajardo & Rui Albuquerque Dias (2005).

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Amigos SIM... Violência NÃO

Os alunos da escola EB1 Ronfe participaram na ação de sensibilização  “Amigos Sim.. Violência Não” dedicada à violência em contexto escolar. 



Os alunos escutaram uma história com três personagens: 


Através dos comportamentos violentos do Zé Repelente, os alunos identificaram diferentes formas de violência e as respetivas consequências. Com o João Conquistador, aprenderam comportamentos positivos alternativos. Refletiram, ainda, sobre o que devem fazer caso sejam vítimas ou observem situações de violência.

Foi dinamizada uma atividade - 'saco da amizade' -, para os alunos realizarem um gesto de amizade e de generosidade com um colega ao longo do ano letivo.
Nesta ação foi ainda apresentada a 'caixa dos bilhetes', que ficou disponível na escola, para que os  alunos possam colocar mensagens com pedidos de ajuda, sempre que sejam vítimas ou observem comportamentos de violência.
 No final, os alunos foram convidados a dar um abraço coletivo.